quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Padre Paulo é a escola de samba campeã do Carnaval 2010 em Santos

A Escola de Samba Padre Paulo, que se apresentou na segunda noite de desfiles na Passarela do Samba Dráusio da Cruz, na Zona Noroeste, com o samba-enredo 'São tantas emoções' foi a vencedora do Carnaval 2010 em Santos. A agremiação mostrou o melhor de seu trabalho com 1.200 a 1.500 componentes, 13 alas e cinco carros alegóricos.


A Padre Paulo tinha o objetivo de apagar a imagem ruim do desfile do ano passado, quando a escola quase foi rebaixada para o Grupo de Acesso. A escola foi a última a desfilar na segunda noite de desfiles, encerrando sua apresentação às 6h06. O enredo contava o tratamento de sentimentos como ódio, paz, raiva, esperança e felicidade, tendo como ponto de partida o amor.

Duas escolas de samba foram punidas por falta de componentes: a Brasil, que perdeu um ponto, e a Bandeirantes do Saboó, que perdeu quatro pontos. A Real Mocidade Santista e Brasil foram rebaixadas.

A nota de um dos jurados do quesito Alegorias e Adereços foi cancelada, pois não havia justificativa para as notas diferentes de 10. Neste momento, houve uma confusão iniciada pelo presidente da X-9, o Dentinho, que exigiu que a Liga anulasse as notas. Após reunião com os presidentes, ficou acertado que as notas do jurado seriam descartadas, como prevê no regulamento.

De acordo com secretário de Cultura de Santos, Carlos Pinto, as arquibancadas
ficaram lotadas nos dois dias de desfiles do Grupo Especial. "Nós tivemos pessoas da Rússia, da França e do Cabo Verde assistindo o Carnaval. Nós atingimos os objetivos esperados", comemorou o secretário.

Para o secretário, este ano houve um crescimento no Carnaval de Santos. "Teve escolas que até extrapolaram no excesso de carros alegóricos e no tamanho das alegorias. Mas isso também acaba atrasando o espetáculo". Carlos Pinto acredita que o Carnaval em Santos tem tudo para melhorar. "As escolas ficaram seis anos paradas e não vai ser em quatro, cinco anos que vai consertar isso. Elas têm que voltar a ser como antes, cada uma tendo sua quadra e barracão".

No domingo, primeira noite de desfile do Grupo Especial, se apresentaram na avenida a Real Mocidade Santista, com o enredo “Real Mocidade Santista 25 anos, nas garras da paixão”; Bandeirantes do Saboó, que apresentou o tema "Muito prazer, eu sou o Saboó"; a Amazonense mostrou “O que já não toca na rádio, ainda toca em nosso corações – Uma viagem musical por um Brasil de valores imortais"; em seguida veio a Brasil com o enredo "Halloween que nada, viva o folclore brasileiro"; fechando a noite, a União Imperial contou o tema “Cinco sentidos para ver, ouvir, tocar, cheirar e provar... Um sexto para quem souber usar”.

Na segunda-feira, completaram as apresentações do Grupo Especial as escolas Vila Nova, que trouxe o "Tempero do Brasil"; a Unidos dos Morros, com o tema “Dos sonhos à magia! A Unidos canta e encanta, com a força da fé, que a todos contagia!”; X-9 foi a terceira a desfilar com o enredo “Se a palavra tem mandinga, vem do Banto a nossa ginga”; a abordou o tema “O língua de prata e o mundo dos livros”; a última a se apresentar, a Mocidade Independente de Padre Paulo, falou das emoções do ser humano com o tema “São tantas... emoções!”.

Durante a passagem das escolas, 27 jurados estavam espalhados pela avenida dando notas para nove quesitos: Bateria, Samba-enredo, Harmonia, Evolução, Enredo, Alegorias e Adereços, Fantasias, Comissão de Frente e Mestre-sala e porta-bandeira. Cada quesito tinha três jurados dando notas. A menor nota foi descartada na apuração.

Sem desfile das campeãs

Uma novidade para este ano é que não haverá o desfile das campeãs. "É um acordo da Prefeitura com a Liga das Escolas de Samba para a não realização deste desfile. Os carros e as fantasias já não estavam mais em condições de se apresentar no espetáculo", afirmou Lula Carvalho, integrante da Comissão de Carnaval de Santos.

"A gente optou para fazer uma festa das campeãs onde serão dados os troféus e a premiação em dinheiro", completou.

Outra novidade é que as duas escolas campeãs do Grupo de Acesso só integrarão o Grupo Especial se a pontuação final das escolas for maior que a pontuação das duas últimas colocadas do Especial. "Essa mudança é para exigir das escolas do Acesso uma qualidade maior. Foi uma decisão tomada pela Liga e nós acatamos", explicou o secretário de Cultura, Carlos Pinto.

Mesmo que a campeã e vice do Acesso não consigar subir ao Especial, as duas últimas do grupo principal caem de qualquer jeito. "Não tem saída. É o regulamento", disse Pinto.

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